Soneto XXV
Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono
Pablo Neruda (1904-1973)
Um comentário:
Obrigado por tudo, só tenho que agradecer, pelos momentos bons e ruins que passamos juntos nesses 15 anos, e por ter dado um ser lindo que é nosso filho.
Bjs Nê e Arthur
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