terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Para minha esposa...

Soneto XXV

Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,

tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono

Pablo Neruda (1904-1973)

Um comentário:

disse...

Obrigado por tudo, só tenho que agradecer, pelos momentos bons e ruins que passamos juntos nesses 15 anos, e por ter dado um ser lindo que é nosso filho.

Bjs Nê e Arthur