sexta-feira, 20 de junho de 2008

Poeta Itinerante

Poeta itinerante e peregrino,
pelas ruas do mundo,
arrasto o meu destino
Mundo? Uma aldeia de nome tupi,
um monstro com nome de santo,
Curitiba, São Paulo,
com vocês me deito,
com algo me levanto.
Vocês aí parados
a mesma vida de sempre,
como vos invejo e vos desprezo,
voz de nós, voz dos meus avós,
prazos, prêmios, praças, preços,
chove sobre mim
a chuva que eu mereço.
Invoco forças poderosas.
Quando vou poder
transformar minhas ruínas em rosas?

Paulo Leminski (1944 - 1989)

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