Liberdade querida, e suspirada
Que o despotismo acérrimo condena:
Liberdade, a meus olhos mais serena
Que o sereno clarão da madrugada.
Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz sepultada.
Vem, ó deusa imortal, vem maravilha,
Vem, ó consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros brilha:
Vem, solta-me o grilão da adversidade;
Dos céus descende, pois dos céus é filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!
Bocage (1823 - 1907)
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