terça-feira, 22 de julho de 2008

Liberdade querida e suspirada

Liberdade querida, e suspirada
Que o despotismo acérrimo condena:
Liberdade, a meus olhos mais serena
Que o sereno clarão da madrugada.

Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz sepultada.

Vem, ó deusa imortal, vem maravilha,
Vem, ó consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros brilha:

Vem, solta-me o grilão da adversidade;
Dos céus descende, pois dos céus é filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!

Bocage (1823 - 1907)

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