De bom amor e de bom fogo claro
Uma casa feliz se acaricia...
Basta-lhe luz e basta-lhe harmonia
Para ela não ficar ao desamaro.
O Sentimento, quando é nobre e raro,
Veste tudo de cândida poesia...
Um bem celestial dele irradia,
Um doce bem, que não é parco e avaro.
Um doce bem que se derrama em tudo,
Um segredo imortal, risonho e mudo,
Que nos leva debaixo da sua asa.
E os nossos olhos ficam rasos d'água
Quando, rebentos de uma oculta mágoa,
São nossos filhos todo o céu da casa.
Cruz e Sousa (1861 - 1898)
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