Como os cegos e os nus pede um abrigo A alma que vive a tiritar de frio. Lembra um arbusto frágil e sombrio Que necessita do bom sol amigo.
Tem ais de dor de trêmulo mendigo Oscilante, sonâmbulo, erradio. É como um tênue, cristalino fio D'estrelas, como etéreo e louro trigo.
E a alma aspira o celestial orvalho, Aspira o céu, o límpido agasalho, sonha, deseja e anseia a luz do Oriente...
Tudo ela inflama de um estranho beijo. E este Anseio, este Sonho, este Desejo Enche as Esferas soluçantemente.
Cruz e Sousa (1861 - 1898) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário