quinta-feira, 1 de maio de 2008

Desencotrários

Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.

Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.

nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fécertezas o vento leva
só dúvidas ficam de pé

Paulo Leminski (1944 - 1989)

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