terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Asas Abertas

As asas da minh'alma estão abertas! 
Podes te agasalhar no meu Carinho, 
Abrigar-te de frios no meu Ninho 
Com as tuas asas trêmulas, incertas.

Tu'alma lembra vastidões desertas 
Onde tudo é gelado e é só espinho. 
Mas na minh'alma encontrarás o Vinho 
e as graças todas do Conforto certas.

Vem! Há em mim o eterno Amor imenso 
Que vai tudo florindo e fecundando 
E sobe aos céus como sagrado incenso.

Eis a minh'alma, as asas palpitando 
Com a saudade de agitado lenço 
o segredo dos longes procurando... 

Cruz e Sousa (1861 - 1898)

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