quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Benditas Cadeias!

Quando vou pela Luz arrebatado, 
Escravo dos mais puros sentimentos 
Levo secretos estremecimentos 
Como quem entra em mágico Noivado. 

Cerca-me o mundo mais transfigurado 
Nesses sutis e cândidos momentos... 
Meus olhos, minha boca vão sedentos 
De luz, todo o meu ser iluminado. 

Fico feliz por me sentir escravo 
De um Encanto maior entre os Encantos, 
Livre, na culpa, do mais leve travo. 

De ver minh'alma com tais sonhos, tantos, 
E que por fim me purifico e lavo 
Na água do mais consolador dos prantos 

Cruz e Sousa (1861 -1898)


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