sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ansiedade

Esta ansiedade que nos enche o peito 
Enche o céu, enche o mar, fecunda a terra. 
Ela os germens puríssimos encerra 
Do Sentimento límpido, perfeito.

Em jorros cristalinos o direito, 
A paz vencendo as convulsões da guerra, 
A liberdade que abre as asas e erra 
Pelos caminhos do Infinito eleito.

Tudo na mesma ansiedade gira, 
Rola no Espaço, dentre a luz suspira 
E chora, chora, amargamente chora...

Tudo nos turbilhões da Imensidade 
Se confunde na trágica ansiedade 
Que almas, estrelas, amplidões devora. 

Cruz e Sousa (1861 - 1898)

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