sábado, 20 de dezembro de 2008

Ontem à noite

Ontem — sozinhos — eu e tu, sentados, 
Nos contemplamos quando a noite veio: 
Queixosa e mansa a viração dos prados 
Beijava o rosto e te afagava o seio, 
Que palpitava como ao longe o mar... 
E lá no céu esses rubis pregados 
Brilhavam menos que teu vivo olhar! 

Co´a mão nas minhas, no silêncio augusto, 
Tu me falavas sem mentido susto, 
E nunca a virgem que a paixão revela, 
Passou-me em sonhos tão formosa assim!

(Tradução de Casimiro de Abreu)


Victor Hugo (1802 - 1885)

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