LIV Já Bocage não sou!... À cova escura Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos céus ultraje! O meu tormento Leve me torne sempre a terra dura. Conheço agora já quão vã figura Em prosa e verso fez meu louco intento. Musa... Tivera algum merecimento, Se um raio da razão seguisse pura! Eu me arrependo; a língua quase fria Brade em alto pregão à mocidade, Que atrás do som fantástico corria: Outro Arentino fui... A santidade Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia, Rasga meus versos, crê na eternidade. Bocage (1765 - 1805) |
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